Monday, September 11, 2006

É a vida

Berlim é de sonho.
No Gauloises, mesmo por trás da catedral de Berlim, na outra margem do rio Spree, toma-se um capuchino caro e olha-se as pessoas bonitas que aí se passeiam. Retiro tudo o que disse, ou fiz questão de não dizer, em relação às mulheres alemãs. As mulheres em Berlim são como Berlim: De sonho! São de paz e de guerra. São bonitas, muito bonitas! Singelas, simples e com um estilo dos que apetece levar às costas, para sempre.
Andei toda a tarde com um livro debaixo do braço apenas para não me sentir de mãos a abanar. Nada de mapas nem de percursos preestabelecidos. Lixo-me sempre com os planos! Um plano é o rascunho ou a antecipação de uma realidade possível e desejável mas, no meu caso, o desenho nunca bate com a realidade, pelo bom ou pelo mau. Berlim… Quis Berlim ao calhas!
Testo o capuchino entre os lábios e a língua enquanto olho a sinceridade da capa do livro misturando-o pacificamente com aqueles movimentos sensuais e sem pinga de vaidade. Lá estava: "Portugal, Hoje – O medo de existir", de José Gil. Abro a primeira página que, sem qualquer dedicatória, começa assim: "É a vida".
Só me apetece chorar. "É a vida"! E que vida a passear-se na minha frente sem eu lhe(s) poder tocar... Sou talvez eu, em Berlim, com "o medo de existir".

23 Bocas:

Anonymous Anonymous Disse...

Há que perder o medo "de existir" e partir para a conquista. Foi isso que pensaram os teus antepassados no Portugal de ontem com a diferença que, enquanto eles conquistavam os mares nunca antes navegados, tu podes conquistar as belas das alemãs...

7:39 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Gostava de conhecer Berlim...
Não consigo entender, como alguém pode ter medo de existir! Não deixes a "Vida" acontecer, toca-lhe bem fundo, sente-a e sem medos!

12:53 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

terra-a-terra?

3:57 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Quem tem medo de amar não erra, mas não acerta; e nunca terá certeza se tomou a decisão correta

8:09 AM  
Anonymous Anonymous Disse...

Há coisas que não são para se perceberem.

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.
Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito
do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é
minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não
é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de
dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já
ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor
impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas
apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque
são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por
causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem
tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em
"diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os
amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas,
tomam decisões. O amor transformou-se numa variante
psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor
tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas,
em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente"
apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor
estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,
estou farto de
conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de
serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão
comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de
correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de
telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem,
tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos,
bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita
a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio,
o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a
comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma
ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a
pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da
tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho
sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os
novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê
romance, gritaria, maluquice,facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da
serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso
amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para
nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma
questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente
ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às
vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O
amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um
destino. O amor puro é uma condição.
Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não
se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se
sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar
a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não
compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão
é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor
é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num
olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por
muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O
coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e
durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que
nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar
e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar
magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive
feliz. Não se pode ceder.
Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A
vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode
durar a vida inteira. E valê-la também.

Miguel Esteves Cardoso

1:51 PM  
Blogger Temp Disse...

Já li alguns livros do MEC. Esse texto é um dos melhores. Muitas verdades.
Terra-a-terra?

9:34 AM  
Anonymous Anonymous Disse...

;-)

5:40 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Devias ter deixado o texto como estava. A nova versão não é melhor... ;-)

3:57 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Ter medo de assumir algum compromisso, quase algo como ter medo de viver. Ter medo de enfrentar algo diferente, ou mesmo já vivido, mas que irá acarretar mudanças no modus vivendi de momento. Basicamente, ter medo do futuro. Isso ocorre com muitos homens em determinados momentos de sua vida.

Tenho visto muitas vezes, homens calejados, com boa bagagem de vida, bem sucedidos em sua vida profissional, mas que não sabem como agir em questões tão prosaicas como essas coisas do coração. Parece que se assustam com a possibilidade de se envolver emocionalmente com alguém, mesmo que sintam ter encontrado alguém especial. Mas que irá quebrar uma rotina de vida já estabelecida.

Podem ser pessoas acostumadas a decisões rápidas para resolver negócios envolvendo milhões de dólares (em questões de negócio, é mais chique falar em dólares do que em reais), mas ficam tremendo nas bases quando estão diante de uma mulher, precisando resolver sobre seu próprio destino.

Chega a ser realmente curioso, mas isso ocorre com muita mais regularidade do que se possa imaginar. E buscam diversas razões para justificar(?) essa indecisão. Uma delas, pode ser o fato do cidadão estar saindo de algum relacionamento tumultuado, e ainda esteja meio traumatizado para imaginar uma presença feminina a seu lado e sentir receio de que tudo se repita. Então, embora ame a mulher em questão, teme assumir um compromisso que o faça sofrer novamente, e prefere apenas relacionamentos eventuais, por medo de imaginar algo em definitivo.

E então, sofre por que gostaria de estar com a pessoa que ama. Seria cômico, não fosse trágico... Sofre por medo de sofrer... Pode?

Outro pretexto, e um tanto mais justificável, é o executivo, cujo trabalho exige constantes viagens. Nesse caso, sua agenda sempre lotada, fatalmente vai atrapalhar qualquer tentativa de um relacionamento mais estável. Explica-se, então, que ele prefira manter apenas relações mais superficiais. Um compromisso realmente complica...

Também pode existir a famosa questão dos filhos, quando o cidadão não quer se envolver com outra mulher “porque meus filhos precisam de mim”. Claro, que é apenas o medo de se envolver emocionalmente, principalmente se está saindo de uma separação meio traumática. Pode ser uma tentativa para explicar, mas não justifica nada, pois uma presença feminina poderá ser de grande valia para completar a criação dos filhos, desde que a situação seja bem aceita por todos.

Podem ser muitas as razões alegadas para fugir de um compromisso. Muitos podem ser os pretextos alegados. Mas, podem ser enfeixados em um único e real motivo, que é o medo de uma mudança de vida, medo do que poderá acontecer no futuro.

Na realidade, o que se deve analisar é o entendimento, a afinidade existente entre ambos. Esse sem qualquer sombra de dúvida é o fator principal para que se possa pensar em uma vida em comum. É preciso “sentir” que a pessoa diante de nós poderá ser a companhia ideal.

Claro que é impossível falar em certeza de que tudo dará certo, pois sempre o futuro é imponderável. Mas é preciso viver, é preciso saber principalmente, se além de uma atração física, existe aquela sensação de bem estar que se sente na companhia de quem se gosta, bem como se existe reciprocidade no sentimento.

Entre pessoas que já tenham uma certa vivência, é importante haver uma certa amizade, e isso será meio caminho andado para que o amor dê certo, pois já existirá uma certa base para um bom entendimento, possibilitando que ambos encontrem a felicidade.

O que realmente pode explicar essa insegurança, é mesmo aquela velha história do medo de assumir uma responsabilidade. O receio de não satisfazer a parceira da maneira que ele pensa que ela deseja. Enfim, o medo de viver um romance de amor. Medo do que poderá acontecer em sua vida. Medo de tentar a felicidade. Enfim, medo de viver. Coisa que podem ser resolvidas com um bom diálogo, convenhamos.

A insegurança do homem maduro de que não conseguirá corresponder às expectativas de sua candidata a companheira.

Nesse caso, o que os inseguros de plantão poderão fazer, é manter uma conversa franca e aberta, abrindo seu coração, expondo suas inseguranças, seus medos. Principalmente se já houver uma base de amizade. Aí o diálogo fica mais fácil. Mas, cadê coragem?

Reconheço que é difícil, particularmente para um homem maduro, assumir suas fraquezas, sua tibieza. Então lhe é mais fácil a fuga. Desistir da oportunidade de uma vida diferente e feliz, apenas por medo de mudar. E continua em sua vida solitária, quando poderia ter a seu lado uma pessoa que o poderá fazer feliz.

3:43 PM  
Blogger Temp Disse...

quem és?

8:06 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Um amigo.

9:58 AM  
Blogger Bocados Disse...

Tenho um amigo que escreve português com sotaque do Brasil?

2:44 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

O Amor.

Algumas histórias de amor são um verdadeiro suplício. Parece que o homem gosta da mulher difícil, sempre inacessível. Quanto mais ela se afasta, mais ele corre atrás dela. Isto não é amor! É dependência, paixão, carência afetiva, mas não amor completo. No amor completo tem que estar bom para os dois. Amar uma mulher não é muito difícil! O difícil é fazê-la feliz... e o relacionamento crescer apesar das diferenças de opinião, temperamento, etc. A mulher tem um jeito diferente de encarar o amor e o sexo. No entanto, carinho, diálogo e uma boa dose de compreensão vencerão as diferenças na forma de vivenciar o amor.

Tanto o homem quanto a mulher sentem medo. Todos nós sentimos medo de sofrer, de abandono, de novos relacionamentos. Com este medo, criamos uma defesa interna que nos impede de se abrir para o outro e expor as fraquezas e os sentimentos. "Ah, se eu falo que estou apaixonado... ela vai pensar que sou mole... e se aproveitar"- pensam alguns homens. Ou então: "Puxa, dei um carro novo para ela... e mesmo assim, ela vive se queixando de mim." O diálogo e o companheirismo é sempre uma forma adulta de aparar arestas e não criar expectativas irreais. Para ele, um carro zero é uma demonstração de amor. Para ela, é um gesto de carinho, uma flor ou mais atenção na hora das refeições. Cuidem do relacionamento dia a dia, para manter viva a chama do amor.
O Amor transforma toda a nossa vida! É preciso coragem, bom senso e paciência para viver um grande amor!
O Amor não é fragmentado! O Amor não é somente sexo, um bom papo numa mesa de bar, ou mesmo "ficar" algumas vezes com uma garota. Sentir Amor é estar comprometido com alguém. É se responsabilizar por este compromisso e estar ao lado dela para o que der e vier: um cinema, fazer amor num motel, fazer um filho e cuidar dele, cuidar dela quando adoecer ou ajudá-la quando precisar. Amor combina com responsabilidade. Não é fácil, mas quando acontece é pura magia!

E quando um homem verdadeiramente ama... é para valer!

Homens são de Marte e as mulheres são de Vênus - John Gray.(Editora Rocco 12ªedição.)
Marte e Vênus juntos para sempre - John Gray

2:24 PM  
Blogger Bocados Disse...

Tenho esse livro mas acho que nunca o li até ao fim.

10:55 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

A traição feminina segundo alguns psicólogos tem a finalidade de por fim a determinado relacionamento que há muito tempo está falido.
A postura sexual da mulher não deixa de ser um "espelho" perante todo o histórico do comportamento de seu par; a traição feminina encerra não apenas um componente de vingança frente ao que o homem resistiu em proporcionar a mulher, mas, também guarda uma memória afetiva e sexual extremamente elevada sobre todas as situações vividas. O interessante é que o sofrimento feminino perante a traição remete a falta de amor de seu parceiro; já no caso masculino, a primeira leitura é sobre o desempenho sexual, ou se outra pessoa consegue ir além de suas capacidades.


Lambe o dedo e vira a página!

7:07 PM  
Blogger Bocados Disse...

é a última?

7:23 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Fim do livro.Se não queres ser c...o toda vida.

9:04 AM  
Blogger Bocados Disse...

Ouve lá... Deves estar a confundir as coisas. Queres dizer-me alguma coisa em particular, estarei aqui: boca-dos@hotmail.com

10:35 AM  
Anonymous Anonymous Disse...

Os nossos erros, por vezes são bem melhores que uma grande fortuna.
É mais facil amar tendo errado, que encontrar um amor ardente sem erros.
Basta amor somente, para que tudo passe.
Tendo tão bem presente as grandes dores que passaram, as mágoas vão ensinar, a jamais querer tristeza.
Errar o discurso dos anos passados, causou o castigo da vida.
Mas as esperanças de amor não se foram.

12:45 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Não vendas a alma ao diabo.

8:38 AM  
Blogger Bocados Disse...

done

2:59 PM  
Anonymous Anonymous Disse...

Life is simple, its just not easy.

11:07 AM  
Anonymous Anonymous Disse...

Entre(a)diaba e(a)anja. Não ardes tuas asas.

11:48 AM  

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